E-BOOKS VS PAPEL
Kertellen Ribeiro
Juliane Magalhães
Os livros eletrônicos, ou como são chamados, e-books (abreviação de “Eletronic Book”, que significa “Livro Eletrônico”), são de fato uma das maiores inovações no que diz respeito à era
digital e as suas consequências em nossa cultura, cada vez mais familiarizada
com os avanços tecnológicos. Um e- book
é um livro em dimensão
e formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos, como computadores,
PDAs, ou em certos aparelhos celulares.
Já
existem diversos sites que disponibilizam e-books gratuitamente para
download, normalmente em formato PDF (HTML e ePUB também são comuns).
O fato é que atualmente essa é a sensação quando se trata
de aquisição de conteúdo de modo rápido
e fácil (a maior vantagem é essa, a de que você não precisa visitar uma
livraria ou biblioteca para encontrar o livro que precisa: atualmente, alcançar Shakespeare, Sócrates, se tornou uma
banalidade), sem falar no modo compacto
com que são disponibilizados, o que constitui outra vantagem, (entre os
adolescentes, por exemplo, é comum portarem vários e vários livros em Pen
drives para lerem em qualquer lugar). Diante da tendência dessa nova geração,
acostumada àquilo que não ocupa muito espaço, muito tempo, imediatista, é
razoável se perguntar: Os E-books
realmente substituirão os livros em papel impresso?
Muitas editoras já disponibilizam
em seus sites versões eletrônicas de obras originais da
literatura mundial. É verdade que muitas estão em formato
reduzido, e servem apenas como um
test- drive por meio do qual o leitor decidirá
se comprará ou não a obra, porém há outros
sites que de fato vendem diretamente a versão
eletrônica (com um preço reduzido: essa
constitui outra vantagem).
Quanto ao benefício do espaço e do preço, o resultado para isso traz à
mente a questão
ecológica, pois livros eletrônicos não necessitam de papéis,
e, respectivamente, de árvores. Assim, um único e- book pode ser divulgado sem
nunca se esgotar, e sem prejuízos ao nosso planeta (diretamente, na verdade, e esse
assunto é um tanto discutível) e o seu alcance é muito maior. O avanço dessa
tecnologia tem se desenvolvido, e atualmente há até e-books com
papel eletrônico. Novamente a pergunta: O livro em papel será extinto?
Há muitos pontos a considerar antes
de responder essa pergunta, e até agora só foram apresentadas os benefícios do
seu uso, sem observarmos as consequências em longo prazo dessa forma de
divulgação. Haverá, por exemplo, maior necessidade dos
recursos energéticos, (daí o que mencionei acima, a respeito do problema
ecológico não ser totalmente resolvido) livros de papel não consomem energia,
ao contrário dos livros eletrônicos em que você precisará de pilhas (e etc.) e
não haverá segurança quanto a alguns problemas óbvios (informações importantes
armazenadas ali serão perdidas se o aparelho pifar).
Os direitos autorais também devem ser abarcados quando se
fala em desvantagens, pois estando em formato digital, é muito fácil copiar e
baixar qualquer livro; mesmo com toda a segurança quanto à distribuição destes,
assegurar que as leis sejam observadas será uma tarefa extremamente difícil,
devido à facilidade de acesso e de disseminação (e o que é considerado um benefício,
uma vantagem, também corresponderá a um considerável prejuízo para o autor).
Em longo prazo, talvez haja substituição
gradativa do livro impresso, porém não agora: atualmente muitas
pessoas têm sérios problemas ao lidar com dispositivos eletrônicos, e
isso somado também ao desconforto causado aos nossos olhos pela exposição à
tela de um computador. É claro que com as novas tecnologias (como os displays de cristal líquido), esse
problema tem sido amenizado, mas a maioria dos monitores de computador é do
tipo CRT, e fazem muito mal. Os monitores de cristal líquido (LCD) ainda são muito caros, e nem todos têm
recursos financeiros para arcar com o luxo dessa tecnologia.
Para descrever melhor minha opinião,
vou voltar a falar da imagem digital das páginas de alguns e-books que podem
ser folheadas como nos livros normais. Nelas são utilizados
os mesmos transistores presentes nos displays dos computadores, porém
não têm a mesma flexibilidade do papel comum, nem nos
proporciona o mesmo bem estar ao folheá-lo. E ai está o fator principal!
Os livros de papéis são confortáveis e totalmente ajustáveis à nossa vida e a
nós mesmos (a nós, seus leitores que, alfabetizados por eles, e envolvidos pelas
histórias inesquecíveis contidas em suas páginas, pois até o cheiro de suas
folhas fizeram parte de nossas vidas e infância, não aceitaremos substitutos,
pelo menos por ora). Atualmente, diante dos argumentos apresentados, não
haveria condições para a extinção dos livros impressos, pelo menos não durante
as próximas décadas, mas não há como desconsiderar o avanço e o espaço que os
e-books têm conquistado em nossa cultura, e a esse ritmo, o futuro
da leitura e comercialização de nossa literatura parece ser realmente digital.