terça-feira, 3 de julho de 2012


E-BOOKS VS PAPEL


Kertellen Ribeiro
Juliane Magalhães 


            Os livros eletrônicos, ou como são chamados, e-books (abreviação de “Eletronic Book”, que significa “Livro Eletrônico”), são de fato uma das maiores inovações no que diz respeito à era digital e as suas consequências em nossa cultura, cada vez mais familiarizada com os avanços tecnológicos. Um e- book é um livro em dimensão e formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos, como computadores, PDAs, ou em certos aparelhos celulares. Já existem diversos sites que disponibilizam e-books gratuitamente para download, normalmente em formato PDF (HTML e ePUB também são comuns).
            O fato é que atualmente essa é a sensação quando se trata de aquisição de conteúdo de modo rápido e fácil (a maior vantagem é essa, a de que você não precisa visitar uma livraria ou biblioteca para encontrar o livro que precisa: atualmente, alcançar Shakespeare, Sócrates, se tornou uma banalidade), sem falar no modo compacto com que são disponibilizados, o que constitui outra vantagem, (entre os adolescentes, por exemplo, é comum portarem vários e vários livros em Pen drives para lerem em qualquer lugar). Diante da tendência dessa nova geração, acostumada àquilo que não ocupa muito espaço, muito tempo, imediatista, é razoável se perguntar: Os E-books realmente substituirão os livros em papel impresso?
            Muitas editoras disponibilizam em seus sites versões eletrônicas de obras originais da literatura mundial. É verdade que muitas estão em formato reduzido, e servem apenas como um test- drive por meio do qual o leitor decidirá se compra ou não a obra, porém há outros sites que de fato vendem diretamente a versão eletrônica (com um preço reduzido: essa constitui outra vantagem). Quanto ao benefício do espaço e do preço, o resultado para isso traz à mente a questão ecológica, pois livros eletrônicos não necessitam de papéis, e, respectivamente, de árvores. Assim, um único e- book pode ser divulgado sem nunca se esgotar, e sem prejuízos ao nosso planeta (diretamente, na verdade, e esse assunto é um tanto discutível) e o seu alcance é muito maior. O avanço dessa tecnologia tem se desenvolvido, e atualmente há até e-books com papel eletrônico. Novamente a pergunta: O livro em papel será extinto?
            Há muitos pontos a considerar antes de responder essa pergunta, e até agora só foram apresentadas os benefícios do seu uso, sem observarmos as consequências em longo prazo dessa forma de divulgação. Haverá, por exemplo, maior necessidade dos recursos energéticos, (daí o que mencionei acima, a respeito do problema ecológico não ser totalmente resolvido) livros de papel não consomem energia, ao contrário dos livros eletrônicos em que você precisará de pilhas (e etc.) e não haverá segurança quanto a alguns problemas óbvios (informações importantes armazenadas ali serão perdidas se o aparelho pifar).
            Os direitos autorais também devem ser abarcados quando se fala em desvantagens, pois estando em formato digital, é muito fácil copiar e baixar qualquer livro; mesmo com toda a segurança quanto à distribuição destes, assegurar que as leis sejam observadas será uma tarefa extremamente difícil, devido à facilidade de acesso e de disseminação (e o que é considerado um benefício, uma vantagem, também corresponderá a um considerável prejuízo para o autor).
            Em longo prazo, talvez haja substituição gradativa do livro impresso, porém não agora: atualmente muitas pessoas têm sérios problemas ao lidar com dispositivos eletrônicos, e isso somado também ao desconforto causado aos nossos olhos pela exposição à tela de um computador. É claro que com as novas tecnologias (como os displays de cristal líquido), esse problema tem sido amenizado, mas a maioria dos monitores de computador é do tipo CRT, e fazem muito mal. Os monitores de cristal líquido (LCD) ainda são muito caros, e nem todos têm recursos financeiros para arcar com o luxo dessa tecnologia.
            Para descrever melhor minha opinião, vou voltar a falar da imagem digital das páginas de alguns e-books que podem ser folheadas como nos livros normais. Nelas são utilizados os mesmos transistores presentes nos displays dos computadores, porém não têm a mesma flexibilidade do papel comum, nem nos proporciona o mesmo bem estar ao folheá-lo. E ai está o fator principal! Os livros de papéis são confortáveis e totalmente ajustáveis à nossa vida e a nós mesmos (a nós, seus leitores que, alfabetizados por eles, e envolvidos pelas histórias inesquecíveis contidas em suas páginas, pois até o cheiro de suas folhas fizeram parte de nossas vidas e infância, não aceitaremos substitutos, pelo menos por ora). Atualmente, diante dos argumentos apresentados, não haveria condições para a extinção dos livros impressos, pelo menos não durante as próximas décadas, mas não há como desconsiderar o avanço e o espaço que os e-books têm conquistado em nossa cultura, e a esse ritmo, o futuro da leitura e comercialização de nossa literatura parece ser realmente digital.